HOMENAGEM
Amigo, aqui me tens novamente, a recordar as
coisas boas a que assistimos na nossa terra e das quais ainda hoje restam
raízes através da célebre peça teatral de autoria de Serafim Lopes, pela qual
ficamos conhecidos como sendo os da terra do Caldo e Broa.
Hoje, caro João, apresento-te mais um caso que
demonstra que esta peça nem sempre é sinónimo de brejeirice. Destaco, então,
uma passagem em que duas personagens se encontram e travam o diálogo que se
segue.
Infelizmente, este S. Mamede, apesar de todas
as saudades e desgostos, tem por força da nomenclatura, de estar sempre “ IN
FESTA “
Nesse ano de então, houve as “Bodas de Prata“
do Grupo Dramático, que foi uma festa de arromba! O tesoureiro, depois das
bodas de prata dos bombeiros, não falando nos bodos, que compreende a cada
boda, e que foi uma festa para os pobres, depois, no campo de futebol, a Festa
de despedida do Barbosa e do Regado, regada no final por lauto copo de água.
Houve, ainda, as Festas do Menino, a comunhão, etc. etc.. Mas a mais
significava de todas de todas foi, sem dúvida, a Festa de homenagem ao
benemérito, sr. Francisco Marques Pinto! E o personagem que ao lado se
encontrava comentou:
Tudo isso foi justo e lindo, mas junta-se o
personagem planeta destruidor estão bonzinhos... vou melhor! Graças ao Quim da
Farmácia! Mas nesta maneira de ser muito nossa de ver as coisas, porque não se
pensou ainda, homenagear a memória de um mamedense ilustre, que legou parte da
sua fortuna ás criancinhas das escolas? Porque se tem esquecido esse Homem que
se chamou Manuel António Santos Dias...?!
Era lição de justiça e gratidão, e tenho
certeza que toda a gente, o povo humilde pelo menos, responderia à chamada,
sinceramente, de coração nas mãos. E voltando-se para o público, diz assim:
Ó povo desta terra
O sentimento em pé
Responde em Alta Voz
SALVÉ
E se isto não bastasse, a sensibilidade do
autor tornar-se-ia inquestionável atentos os versos que se seguem:
S. Mamede está “IN” FESTA
Está S. Mamede em
festa e sua gente
Na serena honradez
do labutar…
Passa a vida a
sorrir e a cantar
Põe S. Mamede “In”
Festa, eternamente
Não há torrão ao
sol que mais encante
E as belezas sem
par que tu encerras
Hão- de encontrar
poeta que as conte….
E o povo te alevante
À mais linda das
terras…
S. Mamede de Infesta
Oh terra do nosso
ideal
Alguém ilustre -
já morto –
Te chamou “Sintra
do Porto”
- jardim de Portugal
Custóias, 29 Novembro de
2013
José Mendonça
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